sábado, 8 de agosto de 2009

De todas as vezes em que as palavras se embrulham em papel de prata, agrafando, pétala por pétala as sílabas monocórdicas tantas vezes inaudíveis.
De todas as vezes em que não sei onde guardo a chave. O que é levantar voo? As asas perdidas no salão de penas brancas que escorregam e se misturam com a comprida saia de estilo isabelino. A princesa sufoca, desaparece na brisa e afunda-se no oceano. Como um abutre sobrevoo e observo o tempo a perder-se.
Ontem foi um dia interminável, todos os meus mais recentes dias me parecem intermináveis. Sou a Alice perdida no labirinto e por todo o lado encontro paredes erguidas demasiado alto, que me custam quebrar, não tenho força... Quando me tornei no bonito coelhinho branco assustado?
O desespero tranquilo do quotidiano demasiado cansado, sem retorno. Um vulcão adormecido é um vulcão sem vida? Por quanto tempo?
As obras de arte florescem a teu lado e eu evoco o renascimento num lugar de partilha.
A ausência mata, entrego-me à apatia, abandono o pensamento enclausurando-o no escuro de um livro sentado no sofá.

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